sábado, 19 de outubro de 2013

Centenário de Vinicius de Moraes é homenageado em Doodle do Google

Vinícius de Moraes, conhecido como "poetinha", é o homenageado pelo Doodle do Google deste sábado (19). O autor de clássicos da música popular brasileira, como "A Felicidade", "Garota de Ipanema", "Manhã de Carnaval" e "Eu sei que vou te amar", dentre muitos outros, ele completaria 100 anos hoje, caso estivesse vivo.

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Doodle Vinicius de Moraes (Foto: Reprodução)

Doodle homenageia o "poetinha" Vinicius de Moraes (Foto: Reprodução)
Carioca da Gávea, Vinicius nasceu em 1913 e começou a cantar aos 11 anos no Colégio Santo Inácio. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais no ano de 1933, estudou inglês e literatura britânica em Oxford, e trabalhou ainda como censor cinematográfico, crítico de cinema e diplomata.
No entanto, foi somente nos meados dos anos 50 que se tornou uma referência com sua carreira musical. Vinicius já compunha desde a década de 30, e fazia poemas e crônicas nos anos 40, mas foi só a partir de 1958, com a explosão da Bossa Nova, que ele ganhou toda a notoriedade brasileira e mundial que seu nome possui atualmente.
Em 1956, conheceu Tom Jobim em Copacabana e eles compuseram a trilha sonora da peça Orfeu da Conceição, escrita pelo próprio Vinicius e adaptada para o cinema como “Orfeu de Carnaval”, pelo francês Marcel Camus, que foi recompensado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1959.
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Parceria entre Tom e Vinicius é clássica (Foto: Reprodução/LastFM) (Foto: Parceria entre Tom e Vinicius é clássica (Foto: Reprodução/LastFM))

Parceria entre Tom e Vinicius é
clássica (Foto: Reprodução/LastFM)
Nascia ali uma das maiores parcerias da história da música do Brasil, responsável por clássicos como “A Felicidade”, “Chega de Saudade”, “Eu sei que vou te amar”, “Garota de Ipanema” e “Insensatez”. Foi desta parceria também que saiu a alcunha de “poetinha” dada por Tom a Vinicius, por seus sonetos de extrema sensibilidade e delicadeza.
Além de Tom, Vinicius teve outros grandes parceiros com quem compôs e gravou, como, por exemplo, nomes do calibre de João Gilberto, Carlos Lyra, Pixinguinha, Baden Powell, Johann Sebastian Bach, Elza Soares, Jair Rodrigues e Toquinho, com quem fez um LP e uma excursão de enorme sucesso na década de 70.
Com Toquinho, escreveu clássicos como “Lamento no Morro”, “Canto de Ossanha”, “Se Todos Fossem Iguais A Você”, “A Tonga da Mironga do Kabuletê”, “Testamento” e “Tarde em Itapoã”. Em 75, fez um livro infantil, A Arca de Noé, que viraria álbum e especial para o público infantil da Rede Globo em 1980.
“Poetinha” era músico, diplomata e boêmio
Poeta, cronista e dramaturgo, Vinicius de Moraes era conhecido também por seu estilo de boêmio carioca. Seus gostos por uísque e cigarro eram notórios e seu lado mulherengo é também bastante popular, sendo um assunto recorrente em suas músicas. Ele se casou nove vezes e teve cinco filhos.

Vinicius era conhecido como boêmio (Foto: Reprodução/Wikimedia) (Foto: Vinicius era conhecido como boêmio (Foto: Reprodução/Wikimedia))
 
Vinicius era um boêmio inveterado (Foto: Reprodução/Wikimedia)
Vinicius passou 26 anos de sua vida atuando como diplomata, além de artista, e apenas deixou a carreira em 1968 porque foi aposentado pela ditadura militar após a instauração do AI-5. Ele trabalhou em quatro países diferentes: Estados Unidos (Los Angeles), França (Paris), Itália (Roma) e Uruguai (Montevidéu).

Vinicius era um artista completo (Foto: Reprodução/Last FM) (Foto: Vinicius era um artista completo (Foto: Reprodução/Last FM))

Vinicius era um artista completo
(Foto: Reprodução/Last FM)
Depois disso, dedicou exclusivamente a lançar novos projetos musicais, como o clássico LP ao vivo “Vinicius En La Fusa”, de 1971, ”O Poeta e o Violão”, em 1975, e ainda o ”Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha – Ao Vivo no Canecão”, de 1978. Sua presença na história da música brasileira, então, estava mais do que consolidada.
Infelizmente, porém, em 9 de julho de 1980, Vinicius faleceu na banheira de sua casa por conta de um edema pulmonar. Seu legado, porém, segue vivo até hoje. Entre as décadas de 80 e 90, diversos álbuns com músicas do poetinha foram lançados. Em 2005, foi feito um documentário sobre ele e, no ano seguinte, lançado um box com 5 álbuns de Vinicius.
Em 2010, Vinicius enfim recebeu anistia da Justiça brasileira, e a Câmara dos Deputados aprovou a sua promoção póstuma ao cargo de “ministro de primeira classe” do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o equivalente a embaixador. Em 2011 e 2013, sua obra virou samba, como enredo do Império Serrano e União da Ilha, respectivamente.

* Colaborou Fabrício Vitorino

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